Confiança da micro e pequena empresa cresce 15% em novembro, dizem CNDL e SPC

A confiança da micro e da pequena empresa avançou 15% em novembro em relação a outubro, segundo levantamento feito pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e SPC Brasil. O indicador que mede este sentimento dos empresários subiu a 61,8 pontos, o maior valor da sua série histórica iniciada em 2015 e quando foi registrado 36,6 pontos.

Para 76% dos empresários, a expectativa é de melhora na economia nos próximos meses, sendo que 78% estão otimistas com futuro da empresa. Considerando apenas o componente da confiança, que mede as expectativas para os próximos seis meses, o indicador passa de 62,6 pontos em outubro para 74,8 pontos em novembro.

A escala varia de zero a 100, sendo que resultados acima de 50 pontos refletem confiança e, abaixo dos 50 pontos, refletem desconfiança com os negócios e com a economia.

Para o presidente da CNDL, José César da Costa, os dados mostram que o bom humor da maioria dos empresários é resultado das perspectivas de mudanças, que podem melhorar o ambiente de negócios. “Com definição do quadro eleitoral, há uma redução nas incertezas à medida que o novo governo anuncia seus projetos para o país”, analisa.

O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa é formado pelo Indicador de Condições Gerais, que mede a percepção dos entrevistados sobre a performance da economia e de seus negócios nos últimos seis meses e pelo Indicador de Expectativas, que mensura as perspectivas que eles aguardam para o horizonte de seis meses. De acordo com o levantamento, 76% dos empresários estão confiantes no desempenho da economia nos próximos meses e oito em cada dez mostram-se otimistas com futuro da própria empresa.

Perspectivas

Se o ano de 2018 frustrou a maioria dos empresários, o indicador mostra que as perspectivas para o futuro são bastante positivas. Em termos percentuais, o número de micro e pequenas empresas (MPEs) confiantes com a retomada da economia deu um salto expressivo de 44% em outubro para 76% em novembro. Apenas 8% disseram estar pessimistas.

Segundo a CNDL e a SPC Brasil, entre os que se mostram confiantes, 57% dizem que a principal razão para esse otimismo é o cenário político mais favorável. Em outubro passado, esse índice era de 23%. Além desses, 24% não apontaram um motivo específico e 18% atribuem ao fato de alguns indicadores estarem melhorando, como inflação e atividade econômica, que cresce, embora em ritmo lento.

Há também uma expectativa favorável quando se avalia o próprio negócio, que subiu de 57% para 78% no mesmo período. Entre esses empresários, 35% justificam sua opinião dizendo que a economia dá sinais de melhora, enquanto 27% não têm um motivo específico, 24% atribuem ao fato de fazer uma boa gestão e 24% por estar investindo no próprio negócio. Somente 5% declararam pessimismo.

Questionados sobre o faturamento esperado para os próximos seis meses, a maioria dos micro e pequenos empresários respondeu que aposta em crescimento. Essa é a expectativa atual de 66% dos micro e pequenos empresários ante 48% em outubro. Outros 27% acreditam que a receita não deve sofrer alteração e somente 3% acham que irá cair.

“Os números reforçam melhores perspectivas para o comércio, mas de maneira cautelosa, principalmente quando se olha a avaliação do momento presente”, observou o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior. De acordo com ele, ainda há espaço para a melhora da confiança, mas isso requer que as medidas econômicas apresentadas sejam de fato concretizadas.

Avaliando os últimos seis meses, o porcentual dos que notaram uma piora na economia ficou estável, em 46% em outubro e em novembro. O mesmo se observa com relação aos negócios, onde 32% perceberam uma piora em outubro, mesmo porcentual observado em novembro.

Para os que ainda se mantêm pessimistas quanto ao cenário econômico atual, 76% dos entrevistados, a principal razão é o fato de as vendas terem diminuído. Por outro lado, 21% avaliam que houve uma recuperação no cenário econômico e 29% enxergam uma melhora nos negócios – aumento de 5% em relação a outubro em ambos os casos.

No levantamento, também se destaca o aumento dos preços, apontado por 33% dos entrevistados, e o crescimento da inadimplência, para 16%. Outro dado mostra que, diante de uma atividade econômica ainda lenta, 43% dos entrevistados avaliaram que o desempenho das vendas foi bom no mês anterior. Número parecido ao registrado em outubro, que ficou em 39%.

Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2018/11/27/internas_economia,1008430/confianca-da-micro-e-pequena-empresa-cresce-15-em-novembro-dizem-cnd.shtml

Sazonalidade do final do ano terá pouco impacto no mercado de crédito

A sazonalidade do final do ano terá pouco impacto sobre o mercado de crédito. Com as empresas ainda “engasgadas financeiramente” e a baixa renda dos consumidores, a expectativa é que linhas de curto prazo e juros baixos sejam os destaques até dezembro.
Do lado dos consumidores, dados do Banco Central (BC) divulgados na última sexta-feira, apontam que a maior alta entre as linhas foi no cartão parcelado, que subiu 29,9%, de (R$ 3,209 bilhões para R$ 4,170 bilhões) em setembro deste ano contra igual mês de 2017, seguido por crédito pessoal, com alta de 20,8% (de R$ 18,779 bilhões para R$ 22,693 bilhões) na mesma relação.
De acordo com a economista-chefe da Coface, Patrícia Krause, as pessoas ainda esperam “a retomada econômica e um mercado de trabalho mais controlado”.
“De qualquer forma, não seria uma força tão grande, até porque as próprias projeções do PIB [Produto Interno Bruto] não são nada demais”, pondera a especialista e reforça que “o foco ainda é pagar as dívidas”.
“As expectativas são positivas, mas, por agora, os consumidores ainda vão se apoiar no 13º [salário] para pagar dívidas e tentar não se endividar”, diz.
Para o consultor independente Rafael Durer, a confiança pode aumentar um pouco a partir de hoje [com o resultado eleitoral], mas só retoma efetivamente quando a equipe econômica e as diretrizes do próximo governo estiverem claras.
“Tudo agora depende das ações do presidente eleito”, complementa o consultor.
Quanto a inadimplência, enquanto o crédito pessoal total cai 0,3 ponto percentual (p.p.), de 3,8% para 3,5% na relação setembro de 2017 contra o mesmo mês deste ano, os calotes no parcelado do cartão sobem 0,8 p.p. na mesma comparação, de 1,6% para 2,4%.
Os juros, porém, continuam em queda. Para o crédito pessoal total, o recuo foi de 3,5 p.p. (de 48,5% para 45% ao ano), enquanto o parcelado retraiu de 165,3% para 164,5% ao ano (- 0,8 p.p.) em igual relação.
“Para o consumidor, o impacto dos juros é pequeno e, por mais que haja perspectiva de que o consumo suba, ainda não será no tamanho esperado e necessário”, complementa o economista do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) Nelson de Souza.
Crédito corporativo
Já do lado do crédito corporativo, as concessões continuam com crescimento expressivo nas linhas de mais curto prazo, como é o caso do desconto de duplicatas e recebíveis – que avançou 28,1% em setembro frente igual período de 2017, de R$ 23,138 bilhões para R$ 29,651 bilhões – e da antecipação de faturas de cartão – que mostrou alta de 79,6% na mesma relação, de R$ 8,134 bilhões para R$ 14,609 bilhões.
“As empresas claramente tiraram um pouco o pé do freio. Mas o fato é que elas ainda estão engasgadas financeiramente e com o orçamento atrapalhado, voltado para as expectativas do novo governo”, avalia Souza, do Ibmec.
“Os varejistas têm pegado as linhas de prazos mais curtos para tentar driblar, de alguma forma, a dificuldade na tomada de crédito, que ainda está voltada apenas para empresas com score alto, o que explica a queda da inadimplência, por exemplo”, afirma Durer.
Os calotes totais das companhias, por exemplo, caíram de 3,3% em setembro de 2017, para 2,6% no mês passado.
Para Souza, mesmo que as coisas “comecem a andar” no segmento corporativo, porém, a cautela continua presente.
“Não adianta ficar bem para depois morrer na praia”, conclui Nelson de Souza.
FONTE: https://www.dci.com.br/financas/sazonalidade-do-final-do-ano-tera-pouco-impacto-no-mercado-de-credito-1.753641