BC: 2018 foi ano de recuperação do crédito, para pessoa física e jurídica.

Brasília – O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou nesta terça-feira, 29, que o crescimento de 5,5% no mercado de crédito bancário em 2018 ocorreu após dois anos seguidos de contração do estoque total de empréstimos, em 2016 e 2017. “O movimento é mais destacado no crédito para pessoas físicas, que cresceu 8,6% no ano. Para pessoas jurídicas, houve crescimento de 1,9%. Então podemos dizer que 2018 foi um ano de recuperação de crédito”, avaliou.

Segundo Rocha, o desempenho no ano passado foi puxado pelas operações no crédito livre, que cresceu 11,2% – maior alta desde 2012.

Nesse recorte, os crescimentos para pessoas físicas e jurídicas foram equivalentes, com aceleração no crédito para as empresas. “Para pessoas jurídicas, é relevante ressaltar o desempenho do capital de giro e nas operações de comércio exterior. Para pessoas físicas, o destaque foi o crédito pessoal e para a aquisição de veículos”, acrescentou.

Já o crédito direcionado apresentou recuo pelo terceiro ano seguido, com queda de 0,6% em 2018. “Mas uma retração menor que a dos anos anteriores sinaliza que o crédito direcionado caminha para uma estabilização, para deixar de cair”, ponderou Rocha. “Desde agosto do ano passado já é possível observar uma trajetória de crescimento”, apontou.

Segundo ele, o recuo do crédito direcionado, sobretudo por parte do BNDES, já tem sido compensado por outras modalidades de crédito ou mesmo pelo mercado de capitais. “O crescimento das operações livres de aquisição de veículos por pessoas jurídicas é um exemplo disso”, completou.

Proporção do PIB
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central admitiu que a alta do estoque de crédito em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) de 47,2% em 2017 para 47,4% em 2018 é um crescimento pequeno. “O importante é que a redução da relação crédito/PIB se interrompeu em 2018”, argumentou. “Para pessoas físicas, já é possível notar uma trajetória de crescimento”, completou.

O saldo de operações para pessoas físicas encerrou 2016 em 24,9% do PIB, chegou a 25,2% do PIB no fim de 2017 e finalizou o ano passado em 26,1% do PIB. “A questão me parece mais circunscrita ao crédito direcionado, especificamente para empresas”, afirmou.

O crédito para pessoas jurídicas encerrou 2016 em 24,7% do PIB, caiu a 22% do PIB no fim de 2017 e finalizou o ano passado em 21,4% do PIB. “Pode haver uma tendência cíclica no aumento da emissão de debêntures no mercado de capitais, mas a redução da participação do BNDES me parece um movimento mais longo”, avaliou.

Capital de giro
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central destacou o crescimento de 2,2% no saldo de crédito para capital de giro com recursos livres em dezembro. “Essa linha vinha com saldos negativos mês após mês, e em dezembro virou para positivo”, apontou.

Segundo Rocha, as linhas de desconto de duplicatas e antecipação de faturas têm um componente sazonal bastante marcado no fim do ano. “Todo dezembro cresce contra novembro, e em janeiro volta a haver redução”, explicou. “Mas na comparação entre dezembro de 2018 e dezembro de 2017, sem efeitos sazonais, houve crescimento relevantes nessas linhas”, detalhou.

Ele também destacou o crescimento de 62,4% na linha de aquisição de veículos por pessoas jurídicas com recursos livres em 2018. Em valores, o salto foi superior a R$ 10 bilhões no ano. “Isso mostra a transferência de operações antes atendidas pelo BNDES no crédito direcionado para o crédito livre”, repetiu.

Fonte: https://exame.abril.com.br/economia/bc-2018-foi-ano-de-recuperacao-do-credito-para-pessoa-fisica-e-juridica/

Com melhora da confiança, 41% dos micro e pequenos empresários devem investir mais em 2019.

Diante da perspectiva de recuperação da economia, os micro e pequenos empresários do varejo e comércio têm demonstrado maior apetite para realizar investimentos em 2019. É o que aponta dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O levantamento mostra que 41% desses empresários pretendem investir este ano, ante 35% em 2018. Por outro lado, 38% não planejam fazer qualquer tipo de movimento nesse sentido e 21% ainda não sabem o que farão.

O indicador que mede a propensão de investimento das MPEs (micro e pequenas empresas) passou de 41,4 pontos em janeiro de 2018 para 47,9 em janeiro de 2019, uma alta de 16% na comparação anual. Pela metodologia, quanto mais próximo de 100, maior a propensão para o investimento. Quanto mais próximo de zero, menor a propensão.

Entre os empresários que devem investir, seis em cada dez (60%) miram o aumento das vendas, enquanto 27% visam atender ao aumento da demanda e 25% querem adaptar sua empresa às novas tecnologias. A principal finalidade para esses recursos será a compra de equipamentos (31%). Em seguida, 26% buscam reformar a empresa e 22% ampliar seus estoques.

Na avaliação do presidente da CNDL, José César da Costa, a volta do apetite por novos investimentos reflete a melhora da confiança. “A expectativa com relação ao futuro da economia e dos negócios é de que a atividade econômica cresça com mais força este ano, impulsionando o consumo e, por consequência, o faturamento das empresas”, ressalta.

Demanda das MPEs por crédito avança 16% na comparação anual; 29% consideram processo de contratação difícil

A sondagem procurou saber o que os brasileiros esperam sobre o futuro da economia e de suas finanças. De acordo com o levantamento, 34% dos brasileiros estão otimistas a economia para os próximos meses, enquanto outros 34% se mantêm neutros, ou seja, não afirmam que as condições econômicas do país estarão melhores ou piores daqui seis meses. Já 27% disseram estar pessimistas.

Entre os que acreditam na retomada da economia, 43% não souberam dizer ao certo a razão. Para 40%, esse clima de otimismo está ligado ao fato de o cenário político se mostrar mais favorável, 12% atribuem à percepção de queda do desemprego e 11% por enxergarem uma estabilização nos preços. Na outra ponta, os pessimistas destacam os escândalos de corrupção (46%), o receio de que a inflação saia do controle (42%) e o desemprego (37%) como fatores que mais pesam.

Quando questionados sobre o que esperam para os próximos seis meses em relação às suas finanças, seis em cada dez brasileiros (61%) acham que sua vida financeira vai melhorar, contra apenas 9% que acreditam em uma piora. Há ainda 25% de entrevistados neutros.

Custo de vida assola famílias brasileiras e é principal queixa de mais da metade dos entrevistados

O ano também começa com os micro e pequenos empresários mais propensos a tomar crédito do que em 2018. Em janeiro de 2019, o indicador que mede a demanda por crédito registrou 25,1 pontos contra 21,6 pontos no mesmo mês do ano anterior, o que significa um avanço de 16%. Esse aumento dá indícios de retomada do crédito, embora de forma tímida.

Em termos percentuais, os dados indicam que 15% das MPEs pretendem contrair crédito nos próximos três meses. Em contrapartida, 67% descartam essa possibilidade – em janeiro de 2018 esse número representava 76% – e 18% ainda não sabem dizer se vão recorrer a recursos extras.

O empréstimo lidera a lista de modalidades que devem ser contratadas, com 49% das menções. Em segundo lugar vem o financiamento (17%) e em terceiro o cartão de crédito empresarial (11%). A sondagem constatou ainda que 29% consideram o processo de contratação de crédito difícil, ao passo que 22% acham fácil ou 17% não consideram nem fácil e nem difícil. Além desses, um percentual expressivo declara nunca ter contratado crédito, chegando a 29%.

Questionados sobre os entraves para contrair crédito, 60% dos que consideram a contratação difícil apontam como principais problemas a burocracia e as exigências dos bancos. Para 57%, os juros altos são um grande impeditivo. Já entre os que consideram fácil a obtenção de crédito, 49% citam o bom relacionamento com as instituições financeiras. Já 37% mencionam o fato de ter as contas em dia e 26% dizem que a documentação da empresa em ordem facilita o processo. Outros 21% apontam o tempo de existência da empresa como item importante.

“As altas taxas de juros, que ainda seguem elevadas mesmo com as quedas recentes, acabam inibindo a tomada de crédito por boa parte do empresariado. Além disso, há o desconhecimento das modalidades existentes no mercado. Muitas opções estão disponíveis, com condições e taxas menores para o segmento de MPEs “, destaca o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

Metodologia

Os Indicadores de Demanda por Crédito e de Propensão para investimentos do Micro e Pequeno Empresário calculados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) levam em consideração 800 empreendimentos com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior. As micro e pequenas empresas representam 39% e 35% do universo de empresas brasileiras nos segmentos de comércio e serviços, respectivamente. Acesse a íntegra do indicador e a metodologia em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos.

Fonte: https://www.opresente.com.br/geral/com-melhora-da-confianca-41-dos-micro-e-pequenos-empresarios-devem-investir-mais-em-2019/