Otimismo em alta: empresários estão mais confiantes em 2024

O novo ano trouxe mais otimismo para os donos de pequenos negócios no Brasil. É o que aponta a Sondagem das Micro e Pequenas Empresas, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável por calcular o Índice de Confiança das Micros e Pequenas Empresas (IC-MPE). Em janeiro, o IC-MPE subiu 1,5 ponto, chegando a 94 pontos e registrando a melhor pontuação desde outubro de 2022. A alta foi puxada pelos setores de Comércio e Serviços.

O levantamento mostra que o avanço foi resultado das percepções dos empresários com relação ao momento atual somadas às expectativas de curto prazo. “Podemos atribuir a alta da confiança no começo do ano aos setores do Comércio e de Serviços, principalmente pelas expectativas de curto prazo”, ressalta o presidente do Sebrae, Décio Lima.

“A confiança é o excelente resultado alcançado em 2023. O ano foi de inflação controlada, de alta no PIB e de geração de empregos. E os pequenos negócios foram os principais geradores de emprego no país. Temos pela frente o Desenrola para empresas e a Reforma Tributária, além dos juros que precisam baixar.”
Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional.

Comércio

No Comércio, a melhoria da confiança foi motivada pela alta da demanda atual. A expectativa dos comerciantes cresceu e é positiva para os próximos seis meses. Temas como crédito, volume de compras atual e tendências dos negócios contribuíram positivamente para os dados finais. De acordo com o estudo, a proporção de empresas do Comércio que consideram que está fácil obter crédito cresceu em relação ao último mês. Em janeiro de 2024, o Índice Confiança das Micro e Pequenas Empresas do Setor Comércio (MPE-Comércio) avançou 2,9 pontos, para 90,6 pontos, também alcançando o maior nível desde outubro de 2022. O otimismo foi sentido exclusivamente no varejo restrito.

Serviços

A confiança das micro e pequenas empresas de Serviços registrou um resultado favorável em janeiro, subindo 3,3 pontos, batendo os 94,3 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (96,1 pontos). As expectativas do setor para os próximos seis meses e o quesito volume de demanda para os próximos três meses responderam pela melhora no índice – com predominância dos temas tendências de negócios, demanda prevista e faturamento previsto. Nesse sentido, a proporção de empresas de Serviços que consideram que está fácil obter crédito cresceu em janeiro de 2024. Todos os segmentos pesquisados avançaram, com destaque para outros (serviços) e o de serviços de transporte, que pode ter sido influenciado pela possibilidade de uma nova safra recorde no agronegócio este ano.

Indústria da Transformação

A confiança das pequenas indústrias cedeu 1,4 ponto, descendo para 95,1 pontos e dando continuidade à desaceleração observada em dezembro passado. Entre as razões para a redução no índice estão a estabilização dos estoques e crédito.

Fonte: https://www.al.pi.leg.br/tv/noticias-tv-1/otimismo-em-alta-empresarios-estao-mais-confiantes-em-2024

Pequenas e médias empresas crescem 7% em 2023

O faturamento das pequenas e médias empresas cresceu 7% em 2023.O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) mostra que o setor cresceu 12,7% no quarto trimestre.

De acordo com a pesquisa divulgada mensalmente, o mercado de PMEs mostrou tendência mais clara de crescimento a partir do segundo trimestre de 2023.

Para o economista Felipe Beraldi, apesar da manutenção das taxas de juros em níveis historicamente elevados – que desestimulam o consumo e os investimentos –, as PMEs foram positivamente impactadas pela recuperação da renda das famílias, reflexo dos efeitos mais favoráveis vindos do mercado de trabalho.

O economista avalia que a renda também foi favorecida por diversas medidas de política econômica (como a ampliação do Bolsa Família e a valorização real do salário-mínimo) e pelo maior controle inflacionário observado no país – que tem reflexos diretos sobre o poder de compra das famílias.

“Além deste contexto, a normalização das cadeias globais de produção – após efeitos mais duradouros da pandemia – também favoreceu o desempenho das pequenas indústrias”, diz Beraldi.

Qual setor mais cresceu em 2023

O desempenho do IODE-PMEs em 2023 guarda diferenças setoriais bastante significativas, com o resultado positivo tendo sido condicionado, especialmente, por atividades da Indústria e de Serviços.

Indústria e de Serviços

O principal contribuinte ao crescimento no ano anterior foi o segmento industrial, em que o IODE-PMEs mostrou avanço expressivo de 17%.

Segundo Beraldi, vale ressaltar que o crescimento visto no ramo se mostra disseminado entre as atividades, considerando que dos 23 subsetores da indústria de transformação acompanhados pelo índice, 20 mostraram crescimento em 2023.

Serviços

O IODE-PMEs indica que as PMEs de Serviços também apresentaram crescimento de 9,8% no quarto trimestre e encerrando o ano com alta de 4,4%.

“A recuperação do segmento, inclusive, contribuiu para os bons resultados vistos no mercado de trabalho, uma vez que a maior parte do crescimento do saldo de trabalhadores formais foi alocada em atividades do setor de Serviços em 2023”, diz o economista.

Comércio

O índice mostra que houve retração nos segmentos de PMEs do Comércio de 3,6% na comparação com 2022. O recuo no ano foi observado de maneira disseminada, tanto no segmento varejista (-6,2%), quanto no atacado (-0,9%). No atacado, os dados mais recentes do IODE-PMEs já indicam reação, haja vista o crescimento de 3,7% verificado no quarto trimestre de 2023 em termos anuais.

Infraestrutura

No segmento de Infraestrutura, por sua vez, a queda de 2% em 2023 foi ocasionado pela retração em atividades de ‘Obras de infraestrutura’ e ‘Coleta, tratamento e disposição de resíduos’.

No entanto, já se observa uma recuperação do IODE-Infraestrutura recentemente, com  crescimento de 4% no quatro trimestre de 2023, resultado da performance positiva das atividades de ‘Serviços especializados para construção’.

Todas as regiões cresceram em 2023

Na análise por região, o IODE-PMEs mostrou que o crescimento das PMES em 2023 foi disseminado por todo o Brasil:

  • Sudeste (+6,3% ante 2022)
  • Sul (+5,3%)
  • Nordeste (+7,5%)
  • Centro-Oeste (+9,8%)
  • Norte (+21,3%)

A região Norte se registrou o maior crescimento anual por conta da base de comparação significativamente fraca do ano anterior.

Fonte: https://exame.com/negocios/pequenas-e-medias-empresas-crescem-7-em-2023/