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Mercado financeiro mantém projeção para o crescimento do PIB em 2019

As primeiras projeções do mercado financeiro divulgadas no governo de Jair Bolsonaro (PSL) mostram que não há muita mudança nas perspectivas para o crescimento econômico do País.

A mediana das expectativas das instituições financeiras para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 passaram de 2,55%, no último Boletim Focus do Banco Central (BC) do ano passado, para 2,53%, na divulgação de ontem.

Analistas consultados afirmam que a previsão do mercado considera que a reforma da Previdência Social seja aprovada este ano. Além disso, destacam que dificilmente, o PIB cresça acima de 2,5%.

“Teríamos que estar em um cenário muito positivo”, diz Victor Candido, economista-chefe da Guide Investimentos. “O desemprego, por exemplo, está muito elevado e ele vai demorar para cair. A criação de emprego vem depois que a atividade econômica começa a crescer. Existe uma defasagem”, acrescenta.

Por conta disso, Candido explica que o consumo das famílias, que responde por 63,4% do PIB, não deve surpreender positivamente este ano. As despesas do governo, por sua vez, que são 20% do PIB, também não irão registrar muita expansão, tendo em vista o cenário de restrição fiscal. “O único motor da economia, portanto, será os investimentos, que dependem da confiança das empresas”, diz Candido.

A projeção de PIB do analista está em linha com a mediana do mercado (2,5%), sendo que o piso é de 1%. Isso significa que se a economia não crescer este ano, já temos uma herança estatística positiva de 1% oriunda de 2018.

Reformas

A confiança, por sua vez, depende do andamento das reformas, tanto no Congresso Nacional, como as infraconstitucionais (que não precisam de aprovação no Congresso) avalia o economista da Modalmais, Alvaro Bandeira.

Na avaliação de Bandeira, é preciso ter celeridade na aprovação das reformas para que a atividade econômica volte a reagir de forma mais rápida. “Quanto mais cedo e mais profunda for a aprovação da reforma da Previdência Social, mais segurança jurídica você cria, o que, consequentemente, encoraja as empresas a investirem”, comenta Alvaro Bandeira.

De acordo com o economista da Modalmais, o mais acertado seria aprovar a reforma que já está no Congresso, formulada durante o governo de Michel Temer (MDB).

Já na leitura do economista do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Lauro Chaves Neto, veremos mudanças mais significativas nas projeções a partir de fevereiro, período que o Congresso volta às suas atividades. Na avaliação de Chaves, mesmo com uma aprovação da reforma da Previdência este ano, efeitos mais significativos nos investimentos serão vistos em 2020.

“Existe uma defasagem entre a melhora da confiança e quando o empresário começar a investir, contratar mais de mão de obra”, diz Chaves.

Já em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, a mediana das expectativas do mercado ficou estável: alta de 4,01% para 2019 e de 4,00% para 2020.

Diante de uma inflação baixa e de uma fraca atividade econômica, o mercado cortou a projeção para a taxa básica de juros (Selic) de 2019 de 7,13%, para 7,00% ao ano. Há um mês, estava em 7,50%.

Já a projeção para a Selic no fim de 2020 seguiu em 8,00%.

Fonte: http://www.sinfacsp.com.br/noticia/mercado-financeiro-mantem-projecao-para-o-crescimento-do-pib-em-2019-dci

BANCO CENTRAL VAI REDUZIR CUSTO DO CARTÃO DE DÉBITO PARA O COMÉRCIO

Emissor do cartão de débito terá redução na sua remuneração, diz BC.
Diretor do Banco admitiu que mercado de cartões de crédito é mais complexo que o de de débito, por isso a tarifa de intercâmbio nos cartões de crédito não foi limitada neste momento.

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Reinaldo Le Grazie, afirmou nesta segunda-feira, 26, que, com a limitação da tarifa de intercâmbio anunciada nesta data, as instituições emissoras de cartões de débito terão uma redução na sua remuneração, com ganhos para os estabelecimentos comerciais. “Acreditamos que essa redução será repassada ao consumidor em função da competição no mercado pelos estabelecimentos comerciais”, repetiu.

Le Grazie admitiu que o mercado de cartões de crédito é mais complexo que o de cartões de débito, por isso a tarifa de intercâmbio nos cartões de crédito não foi limitada neste momento. “Vamos continuar acompanhando esse mercado, mas precisamos de mais informações sobre esse segmento”, afirmou.

O diretor também reconheceu dificuldades em implementar medidas sobre o prazo de liquidação das operações, sobretudo no cartão de crédito, que é baseada em prazos longos. “Gostaríamos que o mercado trouxesse sugestões para prazos mais curtos”, afirmou, acrescentando que essa transição para prazos menores deve ser gradual.

Le Grazie citou o “parcelado lojista”, que é um crédito dado pelo varejista, que precisa buscar esse crédito depois. “O parcelado lojista é uma operação brasileira que é muito importante no varejo e vai continuar”, completou.

Segundo ele, o próprio setor tem oferecido alternativas de financiamento aos consumidores com prazos mais curtos. “Quando o consumidor tem mais alternativas o BC acompanha isso com felicidade”, avaliou.

O Banco Central lançou um pacote de ações para tentar reduzir o custo das transações do cartão de débito e também aumentar a eficiência dos meios de pagamento no varejo. A principal medida limita a tarifa de intercâmbio que é paga pelo credenciador do estabelecimento comercial ao emissor do cartão de débito. Outra medida simplifica e dá mais agilidade para que novas empresas entrem no segmento de arranjos de pagamento.

Questionado pelos jornalistas, ele respondeu que o BC não tem medidas em relação ao cheque especial. De acordo com Le Grazie, no entanto, a Febraban deve apresentar em abril um novo modelo de negócios para o cheque especial que não depende de uma medida da autoridade monetária.

Competição

O diretor de Política Monetária do Banco Central disse que a competição no mercado de cartões de débito tem feito as tarifas caírem – principalmente a taxa de desconto -, mas a taxa de intercâmbio tem variado menos. A tarifa de intercâmbio será limitada pelo BC a partir de 1º de outubro deste ano. “Essa tarifa é mais rígida mesmo no mundo todo. Há modelos variáveis sobre a taxa de intercâmbio em outros países”, afirmou.

Le Grazie repetiu que bancos deverão ter redução de 40% na remuneração por taxa de intercâmbio, já que a tarifa cobrada atualmente será limitada a um patamar 40% menor.

Segundo Le Grazie, a autoridade monetária acredita que as operações com cartão de débito têm espaço para crescer no interior do País, mas também na periferia das grandes cidades brasileiras.

Fonte: http://www.dci.com.br/…/emissor-do-cart-o-de-debito-tera-re…