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Setor de serviços recua 3,1% em janeiro após pico da série, mostra IBGE

O volume de serviços prestados no país caiu 3,1% em janeiro, na série com ajuste sazonal, depois de ter alcançado em dezembro o ponto mais alto da série histórica, iniciada em 2011. O resultado do mês anterior foi revisto de 3,1% para 2,9%. Os dados são da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), divulgada nesta sexta-feira (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apesar de estar 10,3% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), o setor começa o ano com tom negativo, em um cenário de desafios, marcado pelo aumento dos juros e pela perda de força da economia global.

Na comparação com janeiro de 2022, no entanto, houve expansão de 6,1% (na série sem ajuste sazonal), a 23ª taxa positiva consecutiva. O acumulado em doze meses, que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior, passou de 8,3%, em dezembro de 2022, para 8,0% em janeiro de 2023, o menor resultado desde setembro de 2021 (6,8%).

Em 2022, o volume de serviços prestados no Brasil cresceu 8,3% e fechou o ano no maior nível anual da série histórica.

O índice de janeiro de 2023 ficou abaixo da mediana (-1,4%) das estimativas de alguns analistas, que previam desde uma queda de 4,7% a uma alta de 0,7%. Mas, de acordo com a previsão do IBGE, haveria elevação entre 4,3% e 10,3%, com mediana positiva de 7,5%.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, disse que o resultado ficou abaixo da projeção feita pelos especialistas da instituição, de alta de 0,2%, o que anula a forte alta de 2,9% registrada em dezembro.

“O resultado de janeiro corrobora nossa visão de que a resiliência demonstrada por serviços ao longo de 2022 vai começar a diminuir daqui para a frente. O setor, um dos mais prejudicados na pandemia, vinha se beneficiando da reabertura da economia e consequente retomada de atividades que voltaram com força, caso das viagens, shows e passeios. Mas o efeito positivo da reabertura já se dissipou e agora o setor deve começar a sentir mais fortemente os efeitos dos juros altos”, explicou a economista.

Ela afirmou que o mercado de trabalho aquecido e o aumento da massa salarial são fatores que ajudam a amortizar a perda de fôlego do setor, pois incentivam o consumo de serviços. Como exemplo, cita o segmento de serviços prestados às famílias, que cresceu 1% em janeiro na comparação com dezembro.

“O dado de hoje não altera nossa previsão de crescimento do PIB de 1,5% em 2023. Para 2024, a projeção é que o PIB tenha um aumento de 1%”, afirmou Cláudia.

O setor de serviços vem de dois anos seguidos de resultados positivos alimentados pela reabertura da economia após a pandemia de Covid-19, mas neste ano não deve ganhar muito mais força, uma vez que, assim como o restante da economia, passa a sentir com mais força os efeitos defasados da elevação nos juros no país, além da desaceleração da economia global.

A receita bruta nominal do setor de serviços subiu 0,1% em janeiro ante dezembro. Na comparação com janeiro de 2022, houve avanço de 12,9% na receita nominal.

De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, a queda de janeiro elimina o ganho acumulado de 3,0% nos dois últimos meses de 2022. Ele ressalta, entretanto, que a base de comparação está em um patamar elevado.

“O setor de serviços continua muito próximo do seu ponto mais alto da série, alcançado no mês passado, o que o coloca em um patamar 10,3% acima do nível pré-pandemia”, disse ele.

Maiores influências

De acordo com o IBGE, o desempenho do setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, com queda de 3,7% no volume de serviços, exerceu a maior influência negativa no resultado do mês.

“A queda do setor é explicada pela parte de armazenagem, que recuou 9,0%, com destaque negativo para gestão de portos e terminais, assim como o transporte aéreo de passageiros, que recuou 5,9% no mês”, explicou Lobo.

O índice de atividades turísticas, por sua vez, avançou 0,5% frente ao mês imediatamente anterior, acumulando o segundo resultado positivo seguido, com ganho de 5,3%.

O segmento de turismo está 2,5% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 4,6% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014, informou o IBGE.

O instituto explicou que essa foi a primeira divulgação da nova série da pesquisa, que passou por atualizações na seleção da amostra das empresas, ajustes nos pesos dos produtos e das atividades, além de alterações metodológicas, para retratar de maneira mais fiel e precisa as  mudanças econômicas na sociedade.

FONTE: https://noticias.r7.com/economia/setor-de-servicos-recua-31-em-janeiro-apos-pico-da-serie-mostra-ibge-14042023

BANCO CENTRAL VAI REDUZIR CUSTO DO CARTÃO DE DÉBITO PARA O COMÉRCIO

Emissor do cartão de débito terá redução na sua remuneração, diz BC.
Diretor do Banco admitiu que mercado de cartões de crédito é mais complexo que o de de débito, por isso a tarifa de intercâmbio nos cartões de crédito não foi limitada neste momento.

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Reinaldo Le Grazie, afirmou nesta segunda-feira, 26, que, com a limitação da tarifa de intercâmbio anunciada nesta data, as instituições emissoras de cartões de débito terão uma redução na sua remuneração, com ganhos para os estabelecimentos comerciais. “Acreditamos que essa redução será repassada ao consumidor em função da competição no mercado pelos estabelecimentos comerciais”, repetiu.

Le Grazie admitiu que o mercado de cartões de crédito é mais complexo que o de cartões de débito, por isso a tarifa de intercâmbio nos cartões de crédito não foi limitada neste momento. “Vamos continuar acompanhando esse mercado, mas precisamos de mais informações sobre esse segmento”, afirmou.

O diretor também reconheceu dificuldades em implementar medidas sobre o prazo de liquidação das operações, sobretudo no cartão de crédito, que é baseada em prazos longos. “Gostaríamos que o mercado trouxesse sugestões para prazos mais curtos”, afirmou, acrescentando que essa transição para prazos menores deve ser gradual.

Le Grazie citou o “parcelado lojista”, que é um crédito dado pelo varejista, que precisa buscar esse crédito depois. “O parcelado lojista é uma operação brasileira que é muito importante no varejo e vai continuar”, completou.

Segundo ele, o próprio setor tem oferecido alternativas de financiamento aos consumidores com prazos mais curtos. “Quando o consumidor tem mais alternativas o BC acompanha isso com felicidade”, avaliou.

O Banco Central lançou um pacote de ações para tentar reduzir o custo das transações do cartão de débito e também aumentar a eficiência dos meios de pagamento no varejo. A principal medida limita a tarifa de intercâmbio que é paga pelo credenciador do estabelecimento comercial ao emissor do cartão de débito. Outra medida simplifica e dá mais agilidade para que novas empresas entrem no segmento de arranjos de pagamento.

Questionado pelos jornalistas, ele respondeu que o BC não tem medidas em relação ao cheque especial. De acordo com Le Grazie, no entanto, a Febraban deve apresentar em abril um novo modelo de negócios para o cheque especial que não depende de uma medida da autoridade monetária.

Competição

O diretor de Política Monetária do Banco Central disse que a competição no mercado de cartões de débito tem feito as tarifas caírem – principalmente a taxa de desconto -, mas a taxa de intercâmbio tem variado menos. A tarifa de intercâmbio será limitada pelo BC a partir de 1º de outubro deste ano. “Essa tarifa é mais rígida mesmo no mundo todo. Há modelos variáveis sobre a taxa de intercâmbio em outros países”, afirmou.

Le Grazie repetiu que bancos deverão ter redução de 40% na remuneração por taxa de intercâmbio, já que a tarifa cobrada atualmente será limitada a um patamar 40% menor.

Segundo Le Grazie, a autoridade monetária acredita que as operações com cartão de débito têm espaço para crescer no interior do País, mas também na periferia das grandes cidades brasileiras.

Fonte: http://www.dci.com.br/…/emissor-do-cart-o-de-debito-tera-re…